367 - Vida cultural: Nem tudo são más noticias

Dá pelo nome de EMMA – Escola de Música de Monte Abraão e existe na nossa Cidade, Freguesia de Monte Abraão, desde 9 de Outubro de 2009.
Uma visita breve e a sensação com que ficamos é a de uma escola dirigida por gente jovem, séria, dinâmica, onde impera uma simpatia extraordinária e sobretudo vontade de trabalhar.
Numa visita guiada ficámos a conhecer os espaços (salas de aula) completamente equipadas com tecnologia avançada.
Uma escola de Artes, com estúdio de gravação, loja de instrumentos e acessórios, uma mais valia para esta Freguesia, e sobretudo para esta cidade, que vale a pena acarinhar.
A quem interessar, aqui ficam os registos da morada e número de telefone:
Av. Agostinho Neto nº. 8 D – Monte Abraão – Telefone 966947597 - Mais informações aqui.
(clique para abrir)

366 - A Cidade de Queluz, culturalmente mais pobre

Na altura em que na Amadora, Município aqui ao lado, decorre mais um Festival Internacional de Banda Desenhada, (que este ano comemora o 20.º aniversário), em Queluz, regista-se mais um atentado à cultura, num país cada vez mais pobre.
A casa onde viveu José Herculano Stuart Torrie de Almeida Carvalhais, mais conhecido por Stuart Carvalhais, pintor e autor de banda desenhada, que muitos intitulam de “pai” da banda desenhada portuguesa, foi demolida.
Em seu lugar, será construído um edifício de andares muito mais lucrativo, do que as propostas que teem vindo a ser defendidas por alguns cidadãos de Queluz, como é o caso de Manuel Guedelha aqui e aqui .
Stuart Carvalhais, nasceu em Vila Real, em 7 de Março de 1887 vindo a falecer em Lisboa em Março de 1961. Além das actividades artísticas acima referidas como pintor e autor de banda desenhada, das quais as figuras centrais das Aventuras do Quim e do Manecas, publicadas no jornal “O Século”, foram eternizadas não só em selos, como também deram origem a um dos primeiros filmes cómicos portugueses.
Carvalhais fez várias exposições e participou nos jornais de maior destaque no jornalismo português como “A Batalha”, o “Diário de Notícias”, o “Diário de Lisboa”, o “Diário Popular” e ainda no jornal “A Bola”; residiu em Paris onde colaborou na “Gil Blas”. Este periódico é tão somente a publicação francesa em que foram publicados pela primeira, vez dois dos mais conhecidos romances de Émile Zola.
Stuart Carvalhais, foi ainda caricaturista, cartazista, cenógrafo e figurinista de Revista.
Em 1949, Stuart Carvalhais recebe o prémio Domingos Sequeira.

(Desenho a tinta da china de Stuart Carvalhais)

A Casa que se situava na Rua Conde de Almeida Araújo (a mesma rua da Junta de Freguesia de Queluz) hoje demolida deveria, se as sensibilidades culturais se sobrepusessem às vontades politicas, ter sido aproveitada para um museu. Certamente que espólio não faltaria.

365 - A lucidez de Saramago

Confesso que nem sempre estou de acordo com declarações até mesmo a nível politico, feitas pelo meu camarada José Saramago, porém, não poderia estar mais de acordo com as considerações que teceu na conferência de imprensa, referentes ao Deus descrito no Pentateuco, ou seja nos primeiros 5 livros da Bíblia.
Os estudos bíblicos que em tempos fiz, os conhecimentos que depois, ao longo da vida fui adquirindo, levam-me de facto a concluir que, das duas uma ou Deus não tinha nada que fazer naquela semana em que criou o mundo e criou o homem para poder ter algo com que brincar, ou estava cansado de estar sozinho o que não deve ser nada agradável.
Vejamos então só duas ou três descrições bíblicas:
Logo no capítulo 2 versos 17 do livro de Génesis, é referido que Deus proibiu o homem de comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal, e ameaçou “…porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás.”
Até aqui todo o relato do livro é sobre a criação divina, referindo a cada passo dessa mesma criação: "E viu Deus que era bom."
Ora aqui uma pergunta me baila na cabeça: Teria Deus, receio que o homem ao ter os conhecimentos que o fruto da árvore (e em local nenhum refere que era maçã isso já é invenção posterior) mas dizia eu, haveria algum receio de que o homem ficasse com os mesmos conhecimentos científicos que o seu criador?
Espanta-me então que a ameaça de morte por comer daquele fruto, se tenha ficado depois, somente pelo reconhecimento de que estavam nus.
Deus afinal mentiu e a serpente (a tal da tentação e que geralmente se associa ao demónio) que garantiu ao homem que ao comer do fruto da árvore da ciencia do bem e do mal, nem o homem nem a mulher morreriam foi quem falou verdade.
Mais tarde já com Abel e Caim a trabalhar, um a terra outro no pastoreio e querendo ambos agradar ao Senhor, fizeram-lhe oferendas do produto do seu trabalho. Abel ofereceu um animal e Caim o produto da terra. Deus agradou-se da oferta de Abel mas não da de Caim, versículos 4 e 5 do capítulo 4 do livro de Génesis “E atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou. E irou-se Caim fortemente e descaiu-lhe o semblante”
Deste episódio resultou a morte de Abel, o primeiro assassinato da história da humanidade provocado pela injustiça, na dualidade de aceitação do esforço do trabalho.
Caim que se esforçou por trabalhar a terra semeando, regando e cuidando das plantas, viu-se preterido por Abel, que se limitou a guardar as ovelhas.
Ao longo de toda a história Bíblica, em especial no Velho Testamento, temos relatos de proibições, castigos e injustiças, nas quais não vemos um Deus pai, mas um Deus carrasco para quem não cumpra a Sua vontade, isto apesar de ter "dado" ao homem o livre arbítreo.
O resultado foi a onda de corrupção e violência (que continua até aos nossos dias sem melhoras) não obstante as várias catástrofes que lançou sobre a terra, ele foi o dilúvio, ele foi a confusão das línguas, ele foi a destruição pelo fogo, etc. etc. etc.
Entretanto a humanidade permaneceu, assim como a mentira e as guerras que levam à morte.
E já agora pensemos nisto: permaneceu também a pouca aceitação e reconhecimento do esforço do trabalho e dos trabalhadores!
Ainda não li o livro mas será certamente o meu livro do mês a ler com agrado.

362 - O Perigo espreita em Monte Abraão

Existem na Cidade de Queluz, mais propriamente na Freguesia de Monte Abraão, zonas consideradas perigosas ou tendencialmente perigosas, devido a vários factores sendo o primeiro e mais grave, a falta de iluminação pública.
Nas imediações (traseiras) do Centro de Saúde de Monte Abraão, veificámos as situações que aqui deixamos como exemplo.

À falta de iluminação acrescem as más condições dos degraus das muitas escadarias existentes, assim como o pavimento contíguo.

A foto abaixo retrata o que já há algum tempo foi referido neste mesmo espaço.

Esta estranha forma de "remate" de caminho, situa-se perto do supermercado Pingo Doce e serve dezenas para não dizer centenas de pessoas que se deslocam não só para aquele estabelecimento comercial, como para a Estação de Queluz-Belas.

Note-se que o caminho termina numa barreira ultrapassável durante o dia, mas que à noite e para crianças ou pessoas com mobilidade reduzida, são um verdadeiro perigo.

Por outro lado, há locais em que não obstante a existência de candeiros, estes funcionam mais como luzes de natal!