155 - Último drama de - shakespeare

O Amuo
Drama em 2 actos
Personagens: Mimi e A. Allgarvio
I Acto
Uma noite maravilhosa de luar daquelas em que só apetece ir para a cama quando o astro-rei deixa perceber que um novo dia se aproxima. Um par romanticamente abraçado, desfrutando da brisa que vem do mar, troca palavras repetidas centenas de vezes:

- Gosto de ti
- Também gosto de ti Mimi
- Somos tão felizes…
De repente uma sombra escurece o seu olhar
- Só é pena que os Açorianos não gostem de ti.
- Não gostam de mim Mimi? Os Portugueses adoram-me!
- Não amor, os Açorianos, mais os que se assentam na AR, do continente não gostam de ti. Até te querem reduzir o poder…
- Querem reduzir o quê o meu poder? Mas como? Não sei de nada!
- Então amor, não aprovaram aquela coisa de só poderes dissolver a ARA depois de ouvires os deputados e o próprio PRA? Se não fazes nada o Adalbero da carpintaria e o Zé-pinóquio vão querer o mesmo.
- Ai é mas… mas os meus conselheiros não sabem que isso não pode ser. Eu sou o PR o mais AMN sou eu que mando.
- Pois é amor, estão todos de conluio, mas se fosse a ti mostrava-lhes quem é que manda.
- Mas como Mimi, como?
- Ora, vais à televisão e pões os pontos nos iiisss!
- Achas? Mas estamos de férias!
- Deixa-lá as férias. Eu para te ver na TV, qual galã dos anos 50 até prescindo das férias. Agora, não vais dizer nada a ninguém, vais apanhá-los todos de surpresa.

II Acto

As televisões portuguesas em polvorosa anunciam: O Sr. PR, faz hoje às 20,00 horas uma importante comunicação ao País, desconhece-se o teor da mensagem. Podemos adiantar no entanto que, para o Sr PR, interromper as férias, algo de muito importante se trata. Estamos apostos para transmitir o relevante discurso.
Abre-se a boca-de-cena que é como quem diz a porta, cara fechada, a coisa é grave pensam os telespectadores, faz-se um silêncio sepulcral.
- “Portugueses, a preocupação que aqui me trás, não é o número crescente do desemprego; Não é a continuação do fecho de fábricas e outras unidades de produção; Não é o endividamento das famílias; Não é o aumento das taxas de juro; Não é o escandaloso aumento do preço dos combustíveis, e dos bens de primeira necessidade; Não é o estado a que chegou a segurança social; Não é a defesa de uma administração pública, que seja mesmo pública; Não é a falta de médicos no SNS, as consequentes listas de espera e o número de Portugueses sem médico de família; Não é defesa de uma agricultura produtiva; Não é … não é… não é.
O que me trás aqui e a conselho da minha Maria é dizer que estou zangado, de mau humor, irritado, contrariado, estou com enguiço, amuado, agastado, enfunado, estou de telha, de pancada na mola com os Açorianos.
Querem-me tirar poderes e depois, como explico ao SIADAP que quero uma classificação de excelente para a mudar de escalão?
Boa noite”
Cai o pano

FIM

3 comentários:

XICA disse...

Bem menina GANDA IMAGINAÇÃO a uma hora destas e quando eu já troco as letras todas do teclado. O MÁXIMO e vá de RIR, que boas GARGALHADAS menher.

Susete Evaristo disse...

Isto é para não ficar atras do meu genro no género da dramartugia.
Peça em dois actos 5 minutos cada o mesmo tempo do discurso.
Bom sono beijinhos

samuel disse...

Susete

Obrigado pela visita... e pelo alerta, senão ainda perdia este momento teatral.
Lindo!

Abreijos