Ás 15,20h do dia 13 de Junho de 1888, nasce no nº. 4 do Largo de S. Carlos em Lisboa, Fernando António Nogueira Pessoa, que viria a ser considerado um dos maiores poetas portugueses integrador do movimento literário que se designou por modernismo.
Pessoa é um tanto confuso desde logo pela dispersão da sua personalidade por cinco identidades com “percursos de vida” e sentimentos diferentes, entre si.
Embora se considere terem sido concebidos em 1914, os seus heterónimos a verdade é que já em 1894 (com apenas 7 anos) terá criado o seu primeiro heterónimo de nome “Chevalier de Pas”, facto que terá relatado a Adolfo Casais Monteiro, numa carta datada de 1935, em que fala sobre a origem dos heterónimos.
- Ricardo Reis, (natural do Porto 1887) médico e monárquico, poeta do eterno-transitório:
“Breve o dia, breve o ano, breve tudo.
Não tarda, nada seremos
Isto, pensado, me de a mente absorve
Todos mais pensamentos.
O mesmo breve ser da mágoa pesa-me,
Que, inda que mágoa, é vida.
………………………………..
- Alberto Caeiro, (n 15/4/1889) nascido em Lisboa cedo foi viver para o campo. De pouca instrução, ligado à natureza é avesso a todas as manifestações filosóficas descrê da existência metafísica da alma.
Pessoa é um tanto confuso desde logo pela dispersão da sua personalidade por cinco identidades com “percursos de vida” e sentimentos diferentes, entre si.
Embora se considere terem sido concebidos em 1914, os seus heterónimos a verdade é que já em 1894 (com apenas 7 anos) terá criado o seu primeiro heterónimo de nome “Chevalier de Pas”, facto que terá relatado a Adolfo Casais Monteiro, numa carta datada de 1935, em que fala sobre a origem dos heterónimos.
- Ricardo Reis, (natural do Porto 1887) médico e monárquico, poeta do eterno-transitório:
“Breve o dia, breve o ano, breve tudo.
Não tarda, nada seremos
Isto, pensado, me de a mente absorve
Todos mais pensamentos.
O mesmo breve ser da mágoa pesa-me,
Que, inda que mágoa, é vida.
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- Alberto Caeiro, (n 15/4/1889) nascido em Lisboa cedo foi viver para o campo. De pouca instrução, ligado à natureza é avesso a todas as manifestações filosóficas descrê da existência metafísica da alma.
Manifesta-se assim em “ O Guardador de rebanhos”
“Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse,
Minha alma é como um pastor
Conhece o vento e o sol.”
…………………………..
- Álvaro de Campos, (natural de Tavira 1890) poeta futurista.
……………………………………………………………
Eia! eia! eia!
“Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse,
Minha alma é como um pastor
Conhece o vento e o sol.”
…………………………..
- Álvaro de Campos, (natural de Tavira 1890) poeta futurista.
……………………………………………………………
Eia! eia! eia!
Eia electricidade, nervos doentes da Matéria!
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
…………………………………………….................
- Bernardo Soares, talvez o heterónimo menos conhecido, autor de “O Livro do Desassossego” dividido em trechos numerados, com prefácio de Fernando Pessoa.
Eia telegrafia-sem-fios, simpatia metálica do Inconsciente!
Eia túneis, eia canais, Panamá, Kiel, Suez!
Eia todo o passado dentro do presente!
Eia todo o futuro já dentro de nós! eia!
Eia! eia! eia!
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- Bernardo Soares, talvez o heterónimo menos conhecido, autor de “O Livro do Desassossego” dividido em trechos numerados, com prefácio de Fernando Pessoa.
De Bernardo Soares o próprio Pessoa diz ser apenas meio heterónimo já que a sua personalidade se identifica com a do seu criador.
O Livro do Desassossego – trecho nº. 13:
Prefiro a prosa ao verso, como modo de arte, por duas razões, das quais a primeira, que é minha, é que não tenho escolha, pois sou incapaz de escrever em verso. A segunda, porém, é de todos, e não é – creio bem – uma sombra ou disfarce da primeira. Vale pois a pena que eu a esfie, porque toca no sentido íntimo de toda a valia da arte.
- Fernando Pessoa, publicou em vários jornais e revistas mas a sua obra ”Mensagem” é publicada em livro ainda em vida do autor (1934) obra a que foi atribuído o prémio “Antero de Quental”
Por ocasião da sua morte os jornais limitaram-se a noticiar que: “desapareceu uma figura singular da Literatura Portuguesa”.
Em “Cadernos de poesia” foram publicados alguns trabalhos ináditos de Fernando Pessoa, e em 1945, Luis de Montalvôr, inicia a publicação das “Obras Completas de Fernando Pessoa” em 11 volumes.
Oficialmente adoptado para o ensino em 1959, o livro "Mensagem" termina com o mais polémico poema:
“Nevoeiro”
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
O Livro do Desassossego – trecho nº. 13:
Prefiro a prosa ao verso, como modo de arte, por duas razões, das quais a primeira, que é minha, é que não tenho escolha, pois sou incapaz de escrever em verso. A segunda, porém, é de todos, e não é – creio bem – uma sombra ou disfarce da primeira. Vale pois a pena que eu a esfie, porque toca no sentido íntimo de toda a valia da arte.
- Fernando Pessoa, publicou em vários jornais e revistas mas a sua obra ”Mensagem” é publicada em livro ainda em vida do autor (1934) obra a que foi atribuído o prémio “Antero de Quental”
Por ocasião da sua morte os jornais limitaram-se a noticiar que: “desapareceu uma figura singular da Literatura Portuguesa”.
Em “Cadernos de poesia” foram publicados alguns trabalhos ináditos de Fernando Pessoa, e em 1945, Luis de Montalvôr, inicia a publicação das “Obras Completas de Fernando Pessoa” em 11 volumes.
Oficialmente adoptado para o ensino em 1959, o livro "Mensagem" termina com o mais polémico poema:
“Nevoeiro”
Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer –
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece que alma tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!
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Morre em 1935 com 47 anos de idade, vítima de uma cólica de fígado. Os seus restos mortais repousam hoje no Mosteiro dos Jerónimos em Lisboa.
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Inspirou-se o pintor Lima de Freitas, na faceta esotérica do poeta criador de mitos, como Pessoa se descreveu a si próprio, ao centro o Terreiro do Paço com o café Martinho da Arcada, o céu de esferas e estrelas e um número infinito de universos, as suas ligações cabalisticas, o ocultismo, o simbolismo, o misticismo, salientando-se ao centro e em baixo, a figura jacente de Rosenkreutz, criador da Fraternidade Rosa-Cruz.
3 comentários:
O brilho que deu às nossas letras e a variedade de temas que abordou e interesses intelectuais que demonstrou, tornaram-no um dos grandes vultos da língua portuguesa.
Cumps
Nã tenho mais palavras, enciclopédia ambulante!
Guardião
Quando das comemorações do centenário do nascimento do poeta dizia-se(Tanto Pessoa já enjoa)na verdade foi tão vasto o programa das comemorações que saturou um pouco mesmo aqueles que o apreciam. Agora com outros olhos e lendo com alguma atenção os poemas que nos deixou atrevo-me a colocá-lo lado a lado com o poeta que lhe faz companhia nos Jerónimos.
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Amiga Xica, Pois faltaram-te as palavras ao veres as quantas burrices que publiquei estava mesmo dislexica, ou foi da hora a que escrevi ou foi da soneira com que já estava. Agora parece que corrigi mas a madrugada também vai alta se os erros continuarem apresento as minhas desculpas.
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